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A Itália no Festival Internacional de Fotografia e Artes Visuais – ENCONTROS DA IMAGEM

Exposições italianas no âmbito da 33ª edição dos Encontros da Imagem – Festival Internacional de Fotografia e Artes Visuais organizados por Encontros da Imagem, com o apoio do Instituto Italiano de Cultura de Lisboa.

Os Encontros da Imagem constituem o maior festival de fotografia existente em Portugal, em parceira com os grandes festivais de fotografia europeus, tendo constituído uma importante plataforma de divulgação da fotografia nacional no exterior, quer através de exposições, quer através de projeções.

Na programação do Festival assinalam-se as exposições dos seguintes artistas italianos:

15 de Setembro, às 18h30
Museu Nogueira da Silva
Av. Central – Braga

TIÀWÙK de Gabriele Cecconi

ei2023 gabriele cecconiEsta exploração visual é uma viagem a outro planeta. Tiàwùk é um planeta situado numa galáxia muito próxima de nós, é pequeno comparado com a Terra e as condições ambientais são extremas, mas adequadas ao crescimento e à adaptação da vida humana. Após 500 anos de observação astronómica, a humanidade encontra pela primeira vez outro planeta com vida humana e esta é a sua documentação visual. Este planeta é habitado por 4 milhões de pessoas e apenas 2% da terra é cultivável. Os verdadeiros cidadãos são apenas cerca de 1 milhão e os outros habitantes são expatriados que estão a trabalhar no planeta vindos de outros planetas próximos. De acordo com a nossa informação ainda incompleta, o planeta foi colonizado recentemente e, após muitos anos, foi descoberta uma fonte secreta de energia: num espaço de tempo muito pequeno, tornou-se um dos mais ricos de todo o universo. Uma parte da população, que segundo as nossas observações descobriu recentemente a riqueza económica, sofre de uma perturbação psicológica cujos sintomas se manifestam numa visão materialista e distópica do mundo que a rodeia. Conforme as teorias de alguns dos mais importantes psicólogos e psiquiatras terrestres do século XX, sabemos que o mundo exterior que criamos e vivemos é um reflexo do nosso mundo interior, e sabemos também que a falta de consciência interior e o apego são as fontes do sofrimento e da projeção da mente humana no mundo material. Devido a muitas causas, Tiàwùk mostra-nos que o capitalismo e o materialismo (o universo é pequeno) podem distorcer a nossa visão da vida e da realidade que nos rodeia. Pensámos que éramos os únicos a ter este problema, mas a descoberta e a exploração de Tiàwùk dão-nos a noção da universalidade da questão. Não estamos sozinhos. http://www.gabrielececconi.org/tiagravewugravek.html; https://www.instagram.com/gabriele.cecconi/

 

16 de Setembro, às 11h30
Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva
Rua de São Paulo, 1 – Braga

ANIMAS de Andrea Graziosi

ei2023 andrea graziosiNo centro da Sardenha, em diferentes aldeias do território da Barbagia, existem estranhas e arcaicas tradições bem enraizadas. Os cultos ancestrais praticados pelos habitantes representam uma relação intensa e brutal que o homem mantém com a natureza, e carregam um valor místico, espiritual e sagrado, com um propósito catártico e libertador. Estes trajes pertencem a um tempo que já não nos pertence, mascarar-se é um destino, o vínculo a uma relação perturbadora entre o ser-animal e a divindade; usar uma máscara significa metamorfosear-se sob a forma de outra entidade. O efeito ameaçador e perturbador resultante destas máscaras não tem a função de assustar, mas de criar uma relação com o outro. Os habitantes desta região usam a expressão Animas para definir algo que não tem tempo nem corpo, de um tempo perturbador, selvagem, que é especificamente não humano, e possibilita viver uma experiência. ANIMAS é resultado de um trabalho de pesquisa e produção que dura há mais de oito anos e que será publicado na edição de 2024. https://www.andreagraziosi.com/works-1/animas; https://www.instagram.com/andrea.graziosi.00/

 

16 de Setembro, às 11h30
Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva
Rua de São Paulo, 1 – Braga 

COMMON PLACES de Cédric Dasesson

ei2023 cedric dasessonFala sobre o processo de adaptação entre o homem e a natureza, num lugar e num espaço temporal lento com uma série de intervalos legíveis como linhas divisórias, como elementos de mudança. Partindo dos traços genéticos do povo sardo, e dos lugares conotados como identitários pelo imaginário coletivo, pretendemos ler através das fotografias um processo temporal ritmicamente variado, que conta as formas contínuas de adaptação do homem às inevitáveis transformações do território. Entre as primeiras formas de adaptação ao lugar está a transição da condição de vida nómada para a sedentária, o que implica a necessidade de deixar vestígios, marcas reconhecíveis no lugar, que está domesticado. O elemento constante nestes processos de adaptação é a rocha, símbolo de força, resistência, hostilidade, mas, ao mesmo tempo, símbolo de casa, de espaço de agregação como nos locais de culto. É um elemento que pode ser facilmente conectado à alma do povo da Sardenha e ao seu fiel rebanho, tornando-se uma fonte necessária de sustentação e uma companhia de viagem; um povo teimoso que dentro das condições da ilha vivia numa natureza hostil, quase como se vivesse numa fortaleza. A investigação fotográfica perscruta entre os elementos muitas vezes estereotipados, que qualificam as caraterísticas fundamentais das pessoas, e coleta as suas noções fundamentais, por meio de uma associação direta entre o lugar e o seu uso. Os lugares tornam-se grandes reservatórios de informações, de tradições, de histórias mitológicas impressas na rocha, cuja parte delas ainda está por descobrir. O processo de adaptação é uma razão de sobrevivência, símbolo de escolhas de vida orientadas em total simbiose com o território, símbolo da teimosia em perseverar a vontade de viver em determinadas condições, muitas vezes ditadas pela natureza. Todas as decisões têm um preço a pagar e geram determinadas consequências, como se se tratasse de uma luta contínua pelo equilíbrio. https://www.exibart.com/fotografia/scenari-urbani-cedric-dasesson-ai-confini-di-cagliari/?fbclid=IwAR1UzIuUHFyxzdZA_ljVqo_xx34KZuj7FNvugpBWlTDyfw_lP4vQ6WkRxXw; https://www.instagram.com/cedric_dasesson/

 

16 de Setembro, às 11h30
Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva
Rua de São Paulo, 1 – Braga 

SANITÀ de Ciro Battiloro

ei2023 ciro battiloroSanità é um retrato da vida íntima no Rione Sanità. É uma carta de amor dedicada a um modo de viver que já foi esquecido, e à sua autenticidade. O Rione Sanità, situado no coração de Nápoles, é um dos lugares mais densamente povoados da Europa. O bairro, que nasceu como área residencial para famílias aristocráticas, tornou-se um dos mais complexos bairros de Nápoles. O Rione Sanità cresceu num vale: é uma realidade urbana por si só, que não é necessário atravessar para se deslocar de um lado ao outro da cidade. Este isolamento tem levado à proliferação de vários problemas sociais como o desemprego, o abandono escolar e a presença de organizações criminosas. Nos últimos anos tem havido uma grande revalorização da zona que se iniciou nomeadamente com a valorização do património artístico e cultural daquele bairro. Na base do meu trabalho estão os habitantes do bairro e o seu quotidiano, suspensos entre o estigma da marginalidade, e os grandes processos económicos e políticos de gentrificação. Entre os habitantes do Rione Sanità cresceu um forte sentimento de pertença. O distrito acolhe uma vasta comunidade de diferentes origens geográficas e diferentes histórias pessoais. Esta diversidade é uma riqueza. Dentro destas portas e janelas encontra-se uma fabulosa energia de vida, plena de dignidade, onde valiosas e genuínas histórias contam a natureza da humanidade na vida quotidiana. O Rione Sanità é solidão e amor, ironia e tragédia, fé e pecado, delicadeza e tribalismo, melodia harmoniosa e gritos rudes. Os contrastes geram existências surreais. A rua e a casa fundem-se. O privado torna-se público, e o público esconde os segredos do privado. O silêncio é um presente raro para estas vielas, mas na sua manifestação é possível redescobrir a alma nua e imensa de uma humanidade esquecida. https://www.cirobattiloro.com/Sanita; https://www.instagram.com/cirobattiloro/

 

16 de Setembro, às 14h30
Galeria do Paço da Universidade do Minho
Largo do Paço – Braga

ROMANZO METICCIO de Davide Degano

ei2023 davide deganoRomanzo Meticcio estuda a situação pós-colonial italiana como um elemento fundamental da vida contemporânea do Bel Paese. Na minha investigação, o prefixo “pós” assume um valor histórico
progressivo. Cria uma ligação entre o presente, o passado colonial e as ondas migratórias intranacionais e internacionais, convidando a uma atitude crítica relativamente ao legado do passado e
a uma análise cuidadosa dos efeitos na sociedade atual. A era pós-colonial em Itália parece pouco visível e ainda pouco conhecida. No entanto, existem inúmeros vestígios visíveis que testemunham este legado. A arquitetura, as infraestruturas e a educação, a começar pela utilização do termo “colónia” que, na cultura italiana, assume múltiplos significados. Refere-se às possessões ultramarinas, às comunidades italianas de emigrantes no estrangeiro, e às terras recuperadas durante o período do fascismo que deram origem às chamadas ‘città di fondazione’ que provocaram uma migração interna maciça. O Estado italiano, desde a sua unificação, criou uma narrativa baseada na identificação de lugares e pessoas consideradas marginais. Não se trata de rememorar a história, mas de ler os seus significados e avaliar o seu impacto nas questões políticas atuais, que se cruzam com o desenvolvimento social do país: os subúrbios, o Sul, as minorias e os italianos de segunda geração, e a questão da ideologia fascista, que nunca desapareceu, nem foi abordada e solucionada num debate público aberto. Foi muitas vezes velada, negada ou, muito frequentemente, minimizada. Foi também colocada à margem. Nos anos 30, o meio fotográfico foi um instrumento fundamental para justificar as políticas coloniais baseadas na segregação racial e também para representar determinadas situações como sendo marginais. As fotografias tornaram-se um ato performativo de exclusão. Sendo que o processo de eliminação da história colonial impregnou a cultura italiana desde a Segunda Guerra Mundial, Romanzo Meticcio quer trazer esse passado à luz. Cria novos imaginários e cenários culturais para o futuro, questionando a identidade italiana até ao seu âmago. A minha investigação fá-lo dando ênfase a tudo o que é marginalizado, pouco representado, pouco considerado, e configurando os migrantes e as gerações seguintes de novos italianos de formas que vão para além da rejeição e da vitimização. https://davidedegano.com/personal-projects/romanzo-meticcio-2019-ongoing;  https://www.instagram.com/davidedegano/

 

16 de Setembro, às 14h30
Galeria do Paço da Universidade do Minho
Largo do Paço – Braga 

QUANTO MAIS ESCURA A NOITE, MAIS BRILHANTES AS ESTRELAS de Glauco Canalis

ei2023 glauco canalis“The Darker the Night, the Brighter the Stars ” é um projeto fotográfico de longo prazo que explora a cultura juvenil no distrito de Torretta, em Nápoles, através da tradicional celebração da fogueira conhecida como Cippo di Sant’Antonio. Este projeto mergulha no âmago deste ritual, que deriva de uma tradição pagã onde os camponeses faziam fogueiras com resíduos domésticos para celebrar o fim do Inverno, e também para procurar proteção para o novo ano que se avizinhava. No entanto, a atual versão do ritual evoluiu para algo diferente, com grupos de crianças com idades entre os 6 e os 16 anos a saírem para a rua com balaclavas, para roubar árvores de Natal e outros artigos, e envolvidos em confrontos com grupos de distritos rivais. Guardam o que saquearam em zonas secretas dentro dos seus territórios, até ao dia do incêndio. Este jogo oculta a criminalidade sistémica e as atitudes territoriais típicas da região. Se inicialmente o projeto se centrava no ritual em si, mais tarde passou a acompanhar os participantes até à idade adulta, seguindo a evolução das suas relações e o desenvolvimento da sua identidade individual e coletiva. Esta abordagem permitiu que a investigação explorasse importantes questões sociais interligadas a este grupo demográfico, incluindo elevadas taxas de gravidez na adolescência, criminalidade e desemprego, que definem o tom político deste ambiente subdesenvolvido da classe trabalhadora. Ao confrontar as tradicionais representações deturpadas da comunidade, este trabalho procura lançar uma luz sobre a vigorosa juventude que vive neste cenário sociopolítico sombrio, muitas vezes condenada a um ciclo vicioso. A beleza desta comunidade resulta de um sentimento de pertença e de apoio mútuo que compensa a falta de infraestruturas governamentais, e contrapõe-se à classe média crítica que lhes fecha as portas. Vivem em constante afirmação dos seus valores enquanto comunidade e não enquanto indivíduos. As próprias fotografias pretendem transmitir a ingenuidade e a beleza desta idade, ao mesmo tempo que proporcionam novas formas de examinar visualmente o tema da juventude e da identidade, destacando as questões que afetam o sul de Itália. A abordagem crua e íntima a esta narrativa de tipo quotidiano foi criada através da mistura de filme 120mm/35mm a cores e a preto e branco para evitar as restrições de uma linguagem específica, permitindo a coexistência da beleza e da coragem. http://www.glaucocanalis.com; https://www.instagram.com/glaucocanalis/

Mais info: http://encontrosdaimagem.com/2023/

  • Organizzato da: Encontros da Imagem
  • In collaborazione con: Istituto Italiano di Cultura di Lisbona