Concerto “Sete Pecados Mortais e as Quatro Últimas Etapas” pelo Ensemble laRevedie, organizado pelo CCB com o apoio do Instituto Italiano de Cultura.
Claudia Caffagni voz, alaúde
Livia Caffagni voz, flautas, viela
Elisabetta de Mircovich voz, viela sanfona
Doron Sherwin voz, percussão
Matteo Zenatti voz, harpa
Entrada a pagamento: Preço 9,5€ – Sem lugares marcados
Cave canem Deus videt: Anónimo (século XIII) Bonum est confidere (1)
Ira: Doron David Sherwin Carnem irae
Inveja: Anónimo (século XIII) Sicut de ligno parvulus (4)
Avareza: Anónimo (século XIII) Curritur ad vocem (2)
Gula: Anónimo (século XIII) Alte clamat Epicurus (3)
Preguiça: Anónimo (século XIII) Ad cor tuum revertere (1)
Luxúria: Anónimo (século XIII) Veritas Equitas (4)
Soberba: Guillaume de Machaut Fons totius superbie / O livoris feritas / Fera pessima (5)
Inferno: Anónimo (século XIII) Flete perhorrete (1)
Morte de um pecador: Anónimo (século XIII) O labilis sortis (4)
Último Julgamento: Tommaso da Celano (c.1185-1265) Dies Irae (gregorian hymn)
Paraíso Anónimo (século XIII) Virgines egregiae (4)
Roberto Padoin Sitivit anima mea
Fontes
1. Firenze, Biblioteca Medicea Laurenziana, Pluteus, 29,I (século XIII)
2. Wolfenbüttel Herzogl. August. Bibliothek, Helmst. 1206 (olim 1099) (século XIII)
3. München, Bayerischen Staatbibliothek, Codex Latinum Monacensis 4660 (século XIII)
4. Parigi, Bibliothèque Nationale de France, MS fr. 146 (c.1318)
5. Parigi, Bibliothèque Nationale de France,fonds français 1586 (MachC) (c.1350)
Uma viagem pela música dos séculos XIII e XIV que parte do centro do quadro “Os Sete Pecados Mortais”, de Hieronymus Bosch, atravessando as secções que descrevem os vários pecados, até chegar ao círculo do Paraíso. As representações alegóricas de Bosch estão profundamente enraizadas no imaginário medieval. Aliás, as categorias dos sete pecados, muitas vezes opostos às virtudes, tiveram um grande sucesso como tema iconográfico desde o séc. XII. Esta combinação entre Bosch e a música de estilo moral/satírica vem principalmente do repertório de Carmina Burana e do Romance de Fauvel, e encontra o seu significado precisamente no paralelismo entre as imagens com as quais Bosch retrata pecados humanos e os textos musicais que descrevem os mesmos pecados, por vezes recorrendo a um realismo pitoresco, e noutras utilizando símbolos abstratos. A acusação de decadência moral e da admoestação à redenção é expressa através de representações alegóricas e de fantasia. Um caminho expressivo-estético que relaciona a linguagem das pinturas de Bosch com a linguagem do mundo goliardo e a poesia moralista da corte francesa no século XIV. – LAREVERDIE