Inauguração Sexta-feira, 17 de novembro de 2023, às 15h00 com a presença dos curadores e do fotografo Uliano Lucas Galeria Pedro Olayo (filho), Convento São Francisco ENTRADA LIVRE. Patente até 17 de março de 2024, de Quarta a Segunda, 15h00-20h00 |
O fotojornalista ULIANO LUCAS (nascido em 1942) cresce em Milão, onde estuda nos colégios da ‘Rinascita’ e, desde muito jovem, frequenta o ambiente de artistas e intelectuais do bairro de Brera. Nas suas primeiras fotografias, o protagonista é a cidade de Milão, em particular a vida artística (de escritores, músicos, pintores) nas décadas de 1960 e 1970.
O ano de 1968 será fundamental para o fotojornalista italiano. Emerge então a importância do compromisso político que nunca abandonará, compromisso esse que se reflete nas reportagens que faz, retratando os protestos estudantis e operários daqueles anos. O período seguinte é marcado por reportagens sobre os movimentos de libertação: o fotógrafo parte, frequentemente por iniciativa própria, para o continente africano e os seus trabalhos são publicados em revistas alemãs e francesas, já que em Itália – com algumas exceções, como L’Espresso ou Vie Nuove – nenhum jornal estava particularmente interessado em publicar fotografias políticas, retratando a guerrilha, o quotidiano na floresta, a luta pela liberdade, o nascimento de novas democracias.
Será no verão de 1969, que Uliano Lucas, juntamente com o jornalista Bruno Crimi (1939-2006), empreende uma viagem às zonas libertadas da Guiné-Bissau. A reportagem será publicada em diferentes jornais (salienta-se, nomeadamente, a publicação no semanário Vie Nuove) e no livro, publicado em 1970, intitulado Guinea Bissau: una rivoluzione africana, pela editora Vangelista, de Milão (com textos de Bruno Crimi e fotos de Uliano Lucas).
Posteriormente, Uliano Lucas viajará pelo continente africano – Argélia, Tunísia, Tanzânia, Congo, Moçambique, Zâmbia, Etiópia, Eritreia… – acompanhando os processos de descolonização e, depois, os problemas, as realidades e as transformações destes países. Abordará também a violência em instituições psiquiátricas em Itália, denunciando a situação, bem como o fenómeno migratório no norte da Europa.
A partir da década de 1990, para além das reportagens sobre países em guerra – um caso exemplar é a reportagem durante o conflito na Jugoslávia –, documenta as transformações na vida quotidiana e no mundo do trabalho em grandes cidades italianas como Turim, Milão e Génova e em algumas regiões em particular (como Puglia, Abruzzo e Veneto), para depois se dedicar, até hoje, às questões relacionadas com a emigração e a imigração.