Espetáculo de marionetas “A Tempestade” de William Shakespeare na versão traduzida por Eduardo De Filippo pela Compagnia Carlo Colla & Figli, organizado pelo Instituto Italiano de Cultura de Lisboa e pelo Festival de Teatro de Almada, no âmbito da 41.ª edição do Festival de Teatro de Almada.
Sábato, 6 de julho de 2024, às 15h00 Domingo, 7 de julho de 2024, às 15h00 e às 21h30 Auditório Fernando Lopes-Graça Forum Cultural Romeu Correia Praça da Liberdade – Almada Para info e compra de bilhetes >>> |
Com as vozes de 𝐄𝐝𝐮𝐚𝐫𝐝𝐨 𝐃𝐞 𝐅𝐢𝐥𝐢𝐩𝐩𝐨, 𝐈𝐦𝐦𝐚 𝐏𝐢𝐫𝐨 (Miranda), 𝐀𝐧𝐭𝐨𝐧𝐢𝐨 𝐌𝐮𝐫𝐫𝐨 (partes cantadas) e com a música originale de 𝐀𝐧𝐭𝐨𝐧𝐢𝐨 𝐒𝐢𝐧𝐚𝐠𝐫𝐚.
Encenação Eugenio Monti Colla
Produção ASSOCIAZIONE GRUPPORIANI – Milano, Comune di Milano – Teatro Convenzionato
Cenário Maurizio Dotti, Franco Citterio
Figurinos Eugenio Monti Colla, Maurizio Dotti
Marionetistas Franco Citterio, Maria Grazia Citterio, Piero Corbella, Camillo Cosulich, Debora Coviello, Carlo Decio, Cecilia Di Marco, Tiziano Marcolegio, Michela Mantegazza, Pietro Monti, Giovanni Schiavolin, Paolo Sette
Língua: Napolitano (legendado em português)
Duração: 1h50m
Classificação: M12
Nascida em 1985 – a partir de uma proposta de Franco Quadri, na altura diretor do Setor Teatral da Bienal de Veneza – a ideia de encenar “A Tempestade” de Shakespeare, na tradução concebida por Eduardo De Filippo para o teatro de marionetas, pareceu imediatamente fascinante à Compagnia Carlo Colla & Figli, tanto pelo valor do texto como pelo encanto da personalidade do tradutor. Essa peça regressa ao palco no 40º aniversário da morte de Eduardo De Filippo, para repropor toda a força poética de uma obra que, através da riqueza da língua napolitana, valoriza a dimensão “popular” do teatro shakespeariano. Uma grande aventura, um mundo de cores, sons, alegorias e simbologias revive no encantamento eterno em que se consuma a ação cénica.
Giovanbattista Colla era um rico comerciante que, no final do século XVIII, tinha transformado uma das salas do seu palácio num teatro de marionetas para se divertir. Uma reviravolta da sorte, ligada aos acontecimentos políticos da época, obrigou a família Colla a abandonar Milão no início do século XIX, e os espectáculos de marionetas tornaram-se a principal atividade da família.
Em 1861, com a morte do fundador, os seus filhos Antonio, Carlo e Giovanni criaram três empresas diferentes. Assim nasceu a Compagnia Marionettistica Carlo Colla & Figli. Em 1889, Carlo II, o mais velho dos filhos, com dezasseis anos, substitui o pai no negócio das marionetas, com a ajuda dos seus irmãos Rosina, Giovanni e Michele. O seu trabalho deu origem a espectáculos de grande interesse para o público.
O sucesso é imediato e a Companhia começa a incluir as cidades maiores no seu circuito. Em 1906, a Companhia chega ao Teatro Gerolamo de Milão, um local de prestígio construído para as marionetas em 1868. A Companhia regressa ao Gerolamo em 1911, ano em que os Colla se convertem no Teatro Stabile delle Marionette (o único teatro citadino em Milão, depois do Teatro alla Scala), assumindo também a direção do teatro.
Forçada a abandonar as instalações do Gerolamo, ameaçada pela reestruturação urbana de 1957, a família Colla permanece inativa durante alguns anos. Em 1965, retoma a atividade de marionetistas por conta própria, continuando a tradição sob a orientação de Eugenio Monti Colla, o último marionetista da família entre os que trabalharam no Teatro Gerolamo, que foi Diretor Artístico da Companhia até à sua morte em 2017.
La Piccola Scala, o Festival de Spoleto e numerosos festivais e teatros internacionais (Berlim, Paris, Moscovo, Madrid, Sydney, Nova Iorque e Charleston entre os mais famosos) acolheram a companhia Carlo Colla & Figli, cujo sucesso ininterrupto é testemunho das tradições teatrais milanesas.
Entre os espectáculos mais importantes dos últimos anos: “Macbeth” (co-produzido com o Shakespeare Theater de Chicago), “Filémon e Baucis” de Haydn, vencedor do prémio “Franco Abbiati” dos Críticos de Música Italianos, “Rinaldo” e “Giustino” de Haendel com a orquestra barroca Lautten Compagney em Berlim, “A Bela Adormecida no Bosque” na Royal Opera Muscat e na Expo Dubai.
Desde 1984, a Associazione Grupporiani gere as actividades de Carlo Colla & Figli, produzindo e distribuindo os seus espectáculos em todo o mundo.
Os espectáculos em Milão têm como sede o Atelier Carlo Colla & Figli, o Teatro Gerolamo e o Piccolo Teatro di Milano, com o qual, desde 2000, graças ao Diretor Sergio Escobar, existe uma colaboração caracterizada por uma confluência de intenções e amizade.
Após a morte de Eugenio Monti Colla, a Direção Artística da Companhia foi confiada ao cenógrafo e escultor Franco Citterio.
Em 2021, ano das celebrações do 700 anos da morte de Dante Alighieri, a Carlo Colla & Figli participa nas iniciativas com um projeto que inclui: um filme “Dante delle marionette”, presente no portal Italiana do Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional, a terceira edição do Festival de Teatro di Figura “Dante in baracca”, um evento performativo também intitulado “Dante delle marionette” e o espetáculo “Una Divina Commedia”, em cartaz no Piccolo Teatro Grassi em junho de 2021.
Também em 2021, o MUTEF | Museo del Teatro di Figura (do qual fazem parte os laboratórios de artesanato Carlo Colla & Figli) foi inaugurado com uma exposição, “Le figure di Dante”. A experiência continua, em 2022, com a exposição “Aida e i popoli di legno”, criada para celebrar o 150º aniversário da primeira encenação italiana de Aida no La Scala de Milão.
©Archivio Grupporiani