Apresentação do livro “Il Telero di Carlo Levi. Dal Mezzogiorno d’Italia e dalla Torino industriale all’Europa dei popoli”

Apresentação do livro “Il Telero di Carlo Levi. Dal Mezzogiorno d’Italia e dalla Torino industriale all’Europa dei popoli” (Edição Il Rinnovamento, 2021), pelo Dr. Luca Motto da Fondazione Giorgio Amendola.

Modera Paolo Andreoni da ASCIP Dante Alighieri do Porto.

Com tradução consecutiva italiano-português-italiano.

O volume é composto por mais de duzentas páginas ilustradas – com reproduções a cores e fotografias de Mario Carbone – e apresenta a obra-prima pictórica de Carlo Levi, “Lucania ’61”, realizada pelo artista e exibida no pavilhão da Lucânia por ocasião das celebrações, em Turim, do centenário da Unificação de Itália, em 1961. A par das palavras de Levi, que narra a pintura, o volume reúne os testemunhos de historiadores, politólogos, historiadores de arte e especialistas da Questão Meridional, que, partindo da obra pictórica, abordam o tema dos direitos das populações do Sul da Itália, estabelecendo ligações com o presente em temas como migração, trabalho e pluralismo cultural.

LUCA MOTTO
Historiador de arte, curador museológico e estudioso da arte italiana do pós-guerra. É responsável pela área expositiva e cultural da Fundação Amendola de Turim e é diretor artístico da Galeria Municipal Scroppo de Torre Pellice. Colabora com várias instituições museológicas no Piemonte, entre as quais a Fundação Accorsi-Ometto de Turim.

A Fundação Giorgio Amendola é uma Entidade do Terceiro Setor com sede em Turim, criada com o objetivo de realizar iniciativas de interesse social e promover o estudo de temas políticos, históricos, sociais, económicos e histórico-artísticos, com particular enfoque no pensamento de Giorgio Amendola — resistente, escritor e político, um dos Pais Constituintes da República Italiana — incentivando as novas gerações a envolverem-se nestas temáticas. A Fundação organiza conferências, exposições e atividades culturais em colaboração com entidades, institutos e museus italianos e internacionais. Publica uma coleção de livros, jornais e periódicos, tanto em formato impresso como digital, e disponibiliza ao público os seus espaços: três salas expositivas – uma das quais dedicada a uma instalação interativa da obra de Carlo Levi, Lucania ’61 –, um arquivo e uma biblioteca com cerca de trezentos mil volumes sobre temas políticos, sociais e artísticos, com um foco especial no meridionalismo.

O Telero Lucania ’61 é Cristo parou em Eboli transposto para a tela, assim como Cristo parou em Eboli é Lucania ’61 traduzido em palavras. Insere-se, com plena coerência, naquilo que Carlo Levi, enquanto escritor, sempre quis fazer ao afirmar que pretendia realizar uma «invenção da verdade», ou seja, um «reencontro com a verdade»; e é isso mesmo que quis fazer também enquanto pintor, convidando a não ter medo da pintura. Prospero Cerabona, Presidente Fundação Giorgio Amendola

«Por que tipo de Europa devemos trabalhar? Creio que por essa mesma Europa pela qual lutaram os homens livres de todas as Nações europeias durante os longos anos da Resistência, e pela qual lutam, em toda parte, os povos que, mais ou menos conscientemente, trazem em si as exigências da liberdade e da unidade. Não é certamente uma Europa fechada dentro de limites de fronteiras ou de ideologias. Não é a chamada Europa das pátrias, nem um novo Sacro Império Romano: é uma Europa que, retomando os seus múltiplos valores históricos — que incluem todos os valores de uma cultura e de uma civilização que é a mais rica que o mundo alguma vez conheceu — construa o seu próprio futuro como um futuro de paz e de liberdade.»
Carlo Levi, Simpôsio da Comunidade Europeia dos Escritores (Florença, 1962)