O encenador Romeo Castellucci tem um corpo de trabalho que se expande para além do palco e do teatro. Tendo estudado artes plásticas, as suas criações adotam habitualmente a forma de instalações, de performances, de espetáculo de teatro e de ópera. Desta vez, convidámo-lo a apresentar dois objetos com características muito particulares, com uma intensa conotação plástica, uma relação site specific com o espaço e propondo uma relação mais próxima do espetador.
“Natura” é uma ação teatral de curta duração, a partir de A natureza ou a origem da mente, segundo dos cinco livros de Ética de Baruch Spinoza (1632-1677). Após serem convidados a entrar em cena, atravessando a silhueta de um corpo feminino esculpido numa parede branca, os espetadores descobrem um palco imaculado.
Romeo Castellucci dispõe de três elementos que se desenvolvem em paralelo e sem interação entre eles, numa verdadeira instalação in situ: uma jovem mulher (incorpora a Luz), um cão poliglota que vagueia pelo espaço e que fala tanto a língua dos gatos como a dos humanos (incorpora a Câmara de Televisão) e o vazio da silhueta feminina (representa o Espírito). Abre-se então uma discussão filosófica sobre as propriedades e atributos de cada uma, sobre a interdependência entre elas.
Romeo Castellucci (1960, Cesena)
Encenador, artista plástico. Com Claudia Castellucci e Chiara Guidi, dirige a Socìetas Raffaello Sanzio, companhia que recebeu inúmeros prémios internacionais e editou vários livros, sendo considerada a companhia italiana com maior destaque a nível mundial. Desenvolveu o género “teatro de imagens” incorporando espectáculos com tecnologia e maquinaria, densas paisagens sonoras e fragmentação narrativa.
Em 2003 foi director da Bienal de Veneza, em 2008 foi artista associado do Festival d’Avignon onde estreou uma trilogia inspirada na Divina Comédia de Dante que circulou por todo o mundo (Inferno, Purgatorio e Paradiso), e programou vários espectáculos. Esta trilogia foi considerada pelo jornal Le Monde como “o melhor espectáculo e um dos eventos culturais mais influentes do mundo na década de 2000-2010”.
Para a Schaubühne de Berlin criou Hyperion e Édipo, e e criou várias peças para festivais como Festival d’Avignon, Festival d’Automne Paris, Art Basel, Kunsten Festival, Ruhr Triennale, etc. Em 2012 foi-lhe atribuído o Leão de Ouro da Bienal de Teatro de Veneza.
25 MAR / 19H + 21H (2 SESSÕES POR DIA)
26 – 27 MAR / 16H + 19H (2 SESSÕES POR DIA)
duração: 45 MIN
estreia nacional
M/12
8€ bilhete normal / 3€ bilhete com desconto (estudantes, estudantes de artes performativas, -30 anos, +65 anos)
Conceito e encenação Romeo Castellucci
Texto Claudia Castellucci
Com Sílvia Costa, Ana Jezabel, Ângela Quintela, Diletta Bindi, Valentina Parravicini, Sara dal Corso, Ana Monteiro e um cão
Voz Bernardo Bruno
Som Scott Gibbons
Escultura Istvan Zimmermann & Giovanna Amoroso
Direção técnica Filippo Mancini
Técnico de som Matteo Braglia
Direção de promoção Benedetta Briglia
Organização e promoção Valentina Bertolino, Gilda Biasini
Administração Michela Medri, Elisa Bruno, Simona Barducci, Massimiliano Coli
Produção Socìetas
Co-produção T2G-Théâtre de Gennevilliers – Centre Dramatique National de Création Contemporaine
Criado em Veneza para La Biennale College-Teatro, em agosto de 2013. Uma co-produção com o Théâtre de la Ville e o Festival d’Automne de Paris, em colaboração com La Biennale, Veneza.
© Guido Mencari