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JÚLIO CÉSAR – PEÇAS SOLTAS de Romeo Castellucci, no âmbito do BoCA, Bienal de Arte Contemporânea

Romeo Castellucci apresentou-nos o masoquismo e a crueldade nos clássicos mais intocáveis. Depois de estrear em 1997 uma polémica versão de “Júlio César” que surpreendeu a Europa, Castellucci apresenta agora uma versão sintetizada e destinada a espaços não-convencionais. Neste drama da voz, encontramos duas personagens misteriosas: “…vski”, uma espécie de Stanislavski, e Marco António, interpretado por um ator com laringectomia.

Enquanto o primeiro filma com um endoscópio a vibração das suas cordas vocais, mostrando a origem sexual da palavra e o encaminhamento da palavra livre e da voz, instrumento do ator e da arte da oratória; o segundo inicia a partir do esófago o seu apelo ao povo, numa meditação sobre a mortalidade e o seu significado. Os corpos-estátuas dos intérpretes são literalmente virados do avesso.

Combinando elementos que provêem da escultura, da tecnologia e do mundo animal, Romeo Castellucci desobedece uma vez mais às convenções e limites das disciplinas, colocando estes dois representantes complementares da oratória no coração de um “Júlio César” renascido. Tocando na democracia, na retórica e no ritual, este é encontro visceral com um teatro tão perturbador quanto transcendente.

Romeo Castellucci (1960, Cesena)

Encenador, artista plástico. Com Claudia Castellucci e Chiara Guidi, dirige a Socìetas Raffaello Sanzio, companhia que recebeu inúmeros prémios internacionais e editou vários livros, sendo considerada a companhia italiana com maior destaque a nível mundial. Desenvolveu o género “teatro de imagens” incorporando espectáculos com tecnologia e maquinaria, densas paisagens sonoras e fragmentação narrativa.

Em 2003 foi director da Bienal de Veneza, em 2008 foi artista associado do Festival d’Avignon onde estreou uma trilogia inspirada na Divina Comédia de Dante que circulou por todo o mundo (Inferno, Purgatorio e Paradiso), e programou vários espectáculos. Esta trilogia foi considerada pelo jornal Le Monde como “o melhor espectáculo e um dos eventos culturais mais influentes do mundo na década de 2000-2010”.

Para a Schaubühne de Berlin criou Hyperion e Édipo, e e criou várias peças para festivais como Festival d’Avignon, Festival d’Automne Paris, Art Basel, Kunsten Festival, Ruhr Triennale, etc. Em 2012 foi-lhe atribuído o Leão de Ouro da Bienal de Teatro de Veneza.

30 – 31 MAR / 17H + 21H (2 SESSÕES POR DIA)

duração: 45 MIN

estreia nacional
M/12

bilhete 10€ http://www.tnsj.pt/home/espetaculo.php?intShowID=993

Intervenção dramática sobre William Shakespear

Conceção e direção Romeo Castellucci
Com Gianni Plazzi, Sergio Scarlatella, Maurizio Cerasoli e com Paulo Ferreira e Joaquim Martins
Assistente de Direção Silvano Voltolina
Técnico de Som Nicola Ratti
Gestão de Produção Benedetta Briglia
Promoção e Comunicação Valentina Bertolino, Gilda Biasini, Giulia Colla
Administração Michela Medri, Elisa Bruno, Simona Barducci
Consultor Económico Massimiliano Coli
Produção Socìetas
No âmbito de “e a raposa disse ao corvo. Curso de linguística geral”
Projeto Especial da Cidade de Bolonha 2014

© Luca del Pia

  • Organizado por: BoCA, Bienal de Arte Contemporânea
  • Em colaboração com: Istituto Italiano di Cultura di Lisbona, Teatro Nacional São João