Inserida nas Festas de Lisboa, a sexta edição da Noite da Literatura Europeia realiza-se na zona do Bairro Alto da Rua do Século até à Calçada do Combro em catorze espaços deste emblemático bairro de Lisboa que abrem portas para receber na noite de 9 de junho um intenso festival literário.
As leituras terão lugar entre as 19h00 e às 23h30 e contam, na sua maioria, com a presença dos respetivos escritores. Os textos serão lidos em língua original pelos autores presentes e na tradução em português por atores profissionais e alunos da Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC).
Pela primeira vez, a NOITE DA LITERATURA EUROPEIA arranca com um espetáculo de abertura. Às 18h00, no Liceu Passos Manuel, a associação cultural Miso Music Portugal e a Companhia Maior apresentam um “coro falado” a partir de um conjunto de poemas de autores portugueses.
A Noite da Literatura Europeia é organizada pelos Institutos Culturais e Embaixadas que integram a Rete EUNIC Portugal: Instituto Italiano de Cultura de Lisboa, British Council, Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, Embaixada da Áustria, Embaixada da República Checa, Embaixada da República de Croácia, Embaixada da Grécia, Embaixada da Irlanda, Embaixada da República da Polónia, Goethe-Institut, Institut Français du Portugal, Instituto Cervantes, Instituto Cultural Romeno e Instituto Ibero-Americano della Finlandia – aos quais se associou a Representação da Comissão Europeia em Portugal.
Todas as leituras tem entrada livre e com uma duração entre dez e quinze minutos, repetindo-se de meia em meia hora, para que o público possa visitar todos os espaços e assistir a todas as sessões programadas.
A Itália será representada por ERRICO BUONANNO que na Sala da Irmandade da Igreja de Nossa Senhora de Jesus irá ler em italiano trechos do seu livro ‘Vite straordinarie di uomini volanti’, enquanto o ator João Vicente fará a leitura em português.
Errico Buonanno nasceu em Roma em 1979. Jornalista, autor e repórter de rádio e televisão pública italiana (Radio 2 e Rai 3), publicou vários ensaios e contos. Com a sua estreia literária Piccola serenata notturna (Marsilio 2003) ganhou o Prémio Calvino. Editou depois L’accademia Pessoa (Einaudi 2007), Sarà vero. Falsi sospetti e bufale che hanno fatto la Storia (Einaudi 2009), L’eternità stanca (Laterza 2012), La sindrome di Nerone (Rizzoli 2013), Lotta di classe al terzo piano (Rizzoli 2014), Notti magiche. Atlante sentimentale degli anni ’90 (Utet 2017) e Vite straordinarie di uomini volanti (Sellerio 2018). Colabora com vários jornais e revistas, entre os quais o Corriere della Sera, Rivista Studio e Nuovi Argomenti. É diretor científico do museu Falseum – Museo del Falso e dell’Inganno no Castelo de Verrone (Biella, Piemonte, Itália).
Vite straordinarie di uomini volanti
Houve um tempo em que os homens conseguiam voar. Um tempo em que os céus da Europa eram atravessados por uma multidão de pessoas dedicadas ao deslumbramento, que tinham o poder de levantar voo. São cerca de duzentos os casos documentados, entre os quais houve santos e descrentes, nobres e mendigos, todos com o mesmo poder inútil e surpreendente. Depois alguma coisa aconteceu: Newton revelou ao mundo a lei da gravidade, os homens souberam que voar era impossível. E assim, deixando de acreditar, deixaram também de o fazer. Vida Extraordinária de Homens Voadores conta as aventuras, todas reais, destas pequenas personagens perdidas e, fazendo-o, traçam regras de voo que no fundo são regras de poesia para estar com a cabeça nas nuvens, para ter uma perspetiva diferente das coisas e para continuar a acreditar no encanto.
João Vicente estreou-se em 2006 com o Teatro Tapafuros. Em 2007 ingressa na ESTC onde faz a sua licenciatura no ramo de atores. Em televisão integrou produções da SIC (Mar Salgado, 2014), TVI (Amor Maior, 2016) e RTP1 (Ministério do Tempo, 2017). Em cinema participou em Anita Garibaldi, Herança do Silêncio, etc. Em teatro trabalhou com Teatromosca, Ar de Filmes, Grupo 373 (co-fundador), Escola de Mulheres, Teatro Aberto, Palco13 (Sonho de Uma Noite de Verão, de W. Shakespeare, 2012), Teatro da Comuna (O Inimigo do Povo, de H. Ibsen, 2013; À Vossa Vontade, de W. Shakespeare, 2013), Mala Voadora (Hamlet, de W. Shakespeare, 2014), Teatro Nacional D. Maria II (Sweet Home Europa, de D. Carnevali, 2018). Trabalhou com António Pires, Pedro Alves, Mário Trigo, Luca Aprea, Rui Neto, Ávila Costa e Sandra Faleiro.
O interior da Igreja de Nossa Senhora de Jesus esconde uma das maiores obras da azulejaria portuguesa, datada de 1714, que se encontra na «sala da irmandade» ou «sala de passagem». Nem sempre aberta, tem uma abóbada de azulejo barroco, evocando as Litanias da Virgem, da autoria de António de Oliveira Bernardes, um dos mestres da pintura em azulejo. A igreja foi construída em 1615, sendo o Convento de Jesus inaugurado em 1632. A sua reconstrução, pós-Terramoto, foi efetuada imediatamente, superintendida por frei Manuel do Cenáculo e ajudada pelo Marquês de Pombal. De fachada setecentista, apresenta no seu interior uma só nave com capelas laterais voltadas ao centro, podendo observar-se alguns vestígios da antiga reconstrução seiscentista. O teto é decorado com estuques, e as capelas laterais misturam talha dourada e pinturas seiscentistas e setecentistas invocando vários santos.
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